A logística reversa é uma solução cada vez mais utilizada no universo de empresas e indústrias — sobretudo as que têm como objetivo reduzir o impacto ambiental de suas atividades. Por isso, quando falamos neste tipo de logística, também estamos falando de sustentabilidade.
Bem, quer saber tudo sobre este conceito que tem transformado a lógica do mercado corporativo? Acompanhe a leitura!
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O que é Logística Reversa?
Basicamente, é um conceito que envolve um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição de resíduos sólidos ao setor empresarial. Ou seja: é o processo de coleta, transporte, armazenamento, triagem, tratamento e destinação final de produtos e embalagens após o consumo — garantindo que sejam descartados de forma segura e ambientalmente correta.
Inclusive, você sabia que o Brasil é um dos países que mais pratica a reciclagem de resíduos sólidos? E o ano de 2020 foi o recordista até agora. Segundo dados do Governo Federal, 97,4% das latas de alumínio que entraram no mercado foram recicladas.
Algo que poucos sabem é que a lei 12.305/2010, responsável por regulamentar a Política Nacional de Resíduos Sólidos, veio para reforçar a logística reversa. Afinal, a legislação estabelece o princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos.
Isto é: a responsabilidade ambiental passa a ser de todos: fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes e consumidores — tornando a logística reversa um ciclo que garante um destino correto aos materiais.
Então, sim, também é correto afirmar que a logística reversa é um ciclo.
Quem pode adotar a logística reversa?
Ela pode ser adotada por qualquer empresa, independentemente do seu tamanho ou setor de atuação. No entanto, existem alguns casos em que é obrigatória por lei.
De acordo com a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes são responsáveis pela implementação de sistemas de logística reversa para os seguintes produtos:
- Agrotóxicos, seus resíduos e embalagens
- Pilhas e baterias
- Pneus
- Óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens
- Lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista
- Eletroeletrônicos
Além disso, a prática também pode ser adotada voluntariamente por empresas que buscam reduzir seu impacto ambiental. Afinal, a logística reversa só promove benefícios. Conheça os principais a seguir!
Os benefícios da logística reversa
- Redução dos custos com a destinação final dos resíduos;
- Melhora da imagem corporativa;
- Redução de resíduos;
- Oportunidades de negócios;
- Maior compliance com a legislação ambiental.
Quais são os tipos de logística reversa?
Em geral, é possível adaptar a prática para diferentes setores. E, por isso, existem diferentes jeitos de implementá-la nas organizações.
Basicamente, as empresas podem escolher entre dois modelos do ciclo — conforme suas necessidades e produtos. A principal diferença entre eles é o momento em que os resíduos retornam ao fabricante. Entenda:
Logística reversa pós-consumo
Neste tipo de logística reversa, o consumidor final devolve os resíduos logo após o consumo. Ou seja, o próprio consumidor descarta os produtos.
Para que o ciclo aconteça dessa forma, existem pontos de coleta nos quais os clientes descartam os resíduos, que costumam ser embalagens, eletroeletrônicos, agrotóxicos e pilhas.
Logística reversa pós-venda
Esse processo acontece quando um item retorna antes mesmo de chegar ao consumidor. Normalmente, trata-se de mercadorias devolvidas por algum defeito, ou até mesmo pelo arrependimento da compra.
Importante lembrar: esta devolução é um direito do consumidor — assegurado pela L8078, o famoso Código de Defesa do Consumidor.
E, neste caso, a logística reversa tem como objetivo a recuperação do valor dos produtos, evitando o desperdício.
Conheça as etapas da Logística Reversa
As etapas do ciclo podem variar dependendo da indústria ou do tipo de produto — ou não seguir exatamente uma ordem. Mas, geralmente, são as seguintes:
#1 Conscientizar o consumidor
Independentemente do tipo da logística reversa, o consumidor final sempre faz parte do processo. Por isso, exerce um papel fundamental na prática. Dessa forma, sua conscientização deve ser constante.
#2 Coleta
Bem, o nome já fala por si, né? Aqui, os resíduos são recolhidos nos pontos de consumo — seja por meio de coleta seletiva ou pontos de entrega.
#3 Classificação
Esta é a etapa responsável por separar os resíduos por tipo e categoria. Ela é essencial para garantir que os resíduos sejam destinados de forma correta.
#4 Processamento
Aqui, os materiais separados são processados de acordo com sua finalidade. Alguns deles podem ser reutilizados na produção de novos produtos, enquanto outros são reciclados ou tratados para eliminação.
#5 Transporte
Os materiais são distribuídos para diferentes destinos finais: alguns são reutilizados, enquanto outros são tratados para serem eliminados.
#6 Destino final
Por fim, os resíduos chegam ao seu destino final: reuso, reciclagem, compostagem etc.
Concluindo…
Enfim, com a logística reversa podemos reduzir o impacto ambiental dos resíduos sólidos e contribuir para a economia circular. Essa ferramenta é essencial para alcançarmos a sustentabilidade.
Lembre-se: qualquer empresa pode adotá-la. Afinal, esta é uma solução cheia de benefícios para empresas, consumidores e a sociedade como um todo.